Febre na nova geração, os cigarros eletrônicos estão cada vez mais frequentes na vida dos jovens do Brasil, mas também de adultos e até mesmo de idosos que estão tentando parar de fumar. Entretanto, o que muitos não imaginam é que esse uso não é benéfico para a saúde, inclusive a bucal.
A cirurgiã-dentista e Profa. Dra. Patrícia Guerra Peixe, do curso de Odontologia do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), aponta que os riscos dos cigarros eletrônicos para saúde bucal ainda não são totalmente conhecidos por serem relativamente novos no mercado.
“Porém, a preocupação é na veiculação de serem vendidos com a ideia de maior ‘segurança’ por serem vaporizados, sendo que não há comprovação científica deste fato”, argumenta.
Patrícia alerta: os refis são vendidos sem o controle de órgãos reguladores no teor de nicotina e outras substâncias, como os aromatizantes, que atraem o público jovem.
“Diante dessa falta de controle das substâncias, temos influência da nicotina e de produtos químicos citotóxicos nas células da cavidade oral. Um ponto extremamente importante e que não deve ser esquecido é que a nicotina é um agente que atua na carcinogênese (processo de formação do câncer), trazendo alteração na função e viabilidade das células”, explica.
Veja abaixo alguns cuidados elencados pela docente a serem tomados com o uso dos cigarros eletrônicos:
- Não ter contato do fluido direto com a pele e mucosas para evitar queimadura química ou dermatites;
- Cuidado com o risco de explosões do dispositivo durante o carregamento e uso;
- Quanto aos componentes do fluido, ver se há risco de presença de produtos tóxicos;
- Não fazer uso de soluções caseiras;
- Reduzir o uso de nicotina para que possa descontinuar o uso com o tempo.
A professora do Unipê alerta também que o uso frequente dos cigarros eletrônicos pode desenvolver algumas doenças, dentre elas estomatite nicotínica, língua pilosa e reação liquenóide, incluindo o aparecimento ou agravamento da Periodontite.