Mergulho em água rasa pode ser perigoso. Os pais devem redobrar os cuidados
Assim que começam as férias para as crianças – tanto as de inverno como as de verão -, acaba o período de “descanso” para os pais, já que eles têm de estar mais atentos para que nenhum acidente ocorra com seus filhos.
Dados do Ministério da Saúde apontam que os acidentes ou lesões não intencionais são a principal causa de morte entre as crianças de 1 a 14 anos de idade, respondendo por 4,7 mil óbitos e 125 mil internações/ano. É um índice alarmante, especialmente se levarmos em conta que mais de 90% dos acidentes poderiam ser evitados com medidas simples de prevenção.
“Nas férias, o número de acidentes aumenta muito! Nas de verão, que têm início agora no país, a maior preocupação é com os perigosos acidentes de mergulho em água rasa. Os pais têm de ter muita atenção! O trauma em um mergulho afeta a cabeça e o pescoço, podendo deixar a criança tetraplégica”, alerta o médico ortopedista pediátrico David Nordon. Segundo ele, há também inúmeros tipos de acidentes relacionados aos esportes terrestres, especialmente aos que podem ser feitos fora de casa ou em ambientes abertos.
“No caso das atividades terrestres, as duas fraturas mais comuns são a do punho e também dos dedinhos”, explica o profissional. Contudo, de acordo com Nordon, a fratura mais perigosa é a que ocorre no cotovelo, geralmente entre os quatro e oito anos de idade. “Trata-se de uma fratura delicada que, se não tratada com a devida atenção e cuidado, pode levar a deformidades”, alerta.
Assim que a criança cai, o primeiro procedimento a ser feito é checar os sinais vitais dela (respiração, batimentos cardíacos) e seu nível de consciência (se ela está acordada, desacordada ou desorientada), especialmente se bateu a cabeça. “Se ela começar a ficar mais sonolenta, mole, respondendo pouco, é importante levá-la a um serviço de urgência em hospital. Uma avaliação médica é importantíssima, especialmente em traumas de crânio”, orienta o ortopedista pediátrico. Ele explica que se a criança apresentar dor de cabeça e vômitos também é importante levá-la ao médico o mais rápido possível.
Para evitar os acidentes, além de sempre ficar de olho no filho, é importante que a criança use equipamentos de proteção como: capacete, cotoveleiras e joelheiras, principalmente quando usar bicicletas, patinetes, skates, patins ou outros brinquedos similares. “E até dentro de casa, quando a brincadeira for mais ‘animada”, afirma o médico. “É bom estarmos sempre cientes dos riscos, de que pode ser grave e que é na infância que ocorre a formação de um esqueleto forte e saudável, o qual será a base para toda a vida da pessoa. Por isso, muita atenção com os nossos pequenos, principalmente neste o período de férias”, finaliza o ortopedista pediátrico David Nordon.
Médico ortopedista pediátrico pelo HC FMUSP – Supervisor do Programa de Residência Médica de Ortopedia e Traumatologia da PUC-SP, Professor da disciplina de Saúde Pública da PUC-SP (Campus Sorocaba) e de ortopedia e medicina preventiva do Estratégia MED (curso preparatório On-line para provas de Residência Médica), Mestrando da USP, Pesquisador do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas (HCFMUSP) e idealizador do Projeto Pequenos Passos, projeto filantrópico de tratamento de Pé Torto Congênito.