Os paulistas preferiram alugar a comprar imóveis residenciais usados no mês de janeiro. Segundo estudo realizado pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (CRECISP), na comparação com dezembro/23, as vendas sofreram queda de 7,11%, mas houve um acréscimo de 14,37% no total de contratos de aluguel assinados no primeiro mês do ano.
A Pesquisa CRECISP consultou 748 imobiliárias em 37 cidades paulistas e dividiu o Estado em quatro regiões. As vendas registraram queda na Capital (-27,3%) e no Interior (-16,85%), mas houve aumentos no Litoral (+7,69%) e na Grande SP (+20,8%), região que reúne as cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema e, ainda, Guarulhos e Osasco. O balanço final, no entanto, ficou negativo para o Estado.
A alta no volume de locações em janeiro refletiu os números dessas 4 regiões também. Houve crescimento no número de novos contratos de aluguel na Capital (+2,69%); no Interior (+27,16%) e na Grande SP (+15,53%). Somente o Litoral apresentou queda de 25,61%.
“Em geral, janeiro é um mês fraco para as vendas no Estado de SP. As famílias têm muitas despesas com impostos e escolas e os recursos para investir, por exemplo, na entrada de imóvel ficam menores. A opção, então, passa a ser o aluguel”, comentou o presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto.
Financiamentos seguem como opção para a compra
A soma dos percentuais de negócios financiados pela CAIXA e por bancos privados representou 52,38% no total de transações efetivadas em janeiro em todo o Estado. Mesmo com os juros ainda altos, essa parece ser a melhor opção para aqueles que escolheram adquirir o imóvel próprio nesse período.
Na sequência, segundo a pesquisa CRECISP, ficaram as vendas à vista, com uma fatia de 41,90%; o parcelamento direto pelos proprietários, com 3,17%; e os negócios por consórcios, com 2,54%.
Os compradores de imóveis nas 37 cidades pesquisadas preferiram os apartamentos às casas: os percentuais atingiram, respectivamente, 64,76% e 35,24%. E para que essas transações ocorressem, foram necessários descontos que variaram de 5,09% para imóveis na periferia; 5,89% para os de regiões centrais; e 7,80% para os das áreas nobres.
60,95% das casas e apartamentos negociados em janeiro no Estado de SP estavam na faixa de valor de até R$ 400 mil e 60,71% tinham valores de metro quadrado de até R$ 5 mil. A pesquisa CRECISP também detectou que, nos últimos 12 meses, o percentual de evolução do valor médio de venda acumulou alta de 82,38%.
Seguro fiança: o preferido dos inquilinos
Se o inquilino não pagar o aluguel, o seguro cobre. Com isso, o locador fica mais tranquilo para o caso de inadimplência. E assim, o seguro fiança tem ganhado um bom espaço e surgido como o preferido nos contratos de locação. No mês de janeiro, ele esteve avalizando 41,67% dos novos contratos de aluguel, colocando o fiador em segundo lugar do ranking, com 27,44%. O depósito em poupança também perdeu posições e apareceu em 16,84% dos contratos, seguido pela caução de imóveis (7,11%); pela cessão fiduciária (4,51%) e pelas locações sem garantia (2,43%).
Com relação aos cancelamentos de contratos de aluguel, o percentual registrado correspondeu a 72,38% das novas locações assinadas em janeiro. 38,58% dessas devoluções de chaves foram por motivos financeiros.
Em média, as casas e apartamentos alugados em janeiro tinham valores de locação de até R$ 1.200 e 79,10% dos imóveis alugados estavam situados nas regiões centrais das cidades pesquisadas.